Alocação de Recursos Humanos – Parte 3

9 12 2010

Previamente, discutimos o problema de alocação de recursos humanos em projetos de engenharia de software e entramos em detalhes sobre as restrições mais comuns existentes em empresas de Tecnologia da Informação(TI).

Agora prosseguimos nossa série falando sobre métodos que utilizam Programação Linear(PL).

Programação Linear é utilizada para resolver problemas práticos de maximização ou minimização de uma função, sujeita a um conjunto de restrições que podem ser expressos sob a forma de equações ou inequações lineares.

Para uma solução em PL, é necessário definir as equações(ou inequações) que regem as restrições.

O uso de programação linear na abordagem do problema de alocação de recursos humanos é restrito, pois essa abordagem teria um tempo de computação alto, para casos mais complexos.

Um modelo muito interessante pode ser encontrado no artigo científico Otimização da Alocação de profissionais em Projetos de Tecnologia da Informação. Nele, os autores propõem um modelo de otimização utilizando programação linear. Observa-se como vantagem dessa escolha a simplicidade de implementação do método de apoio, só sendo necessário definir as restrições e suas respectivas variáveis.

Para isso, é necessária uma avaliação do perfil da empresa, investigando tanto sua estrutura hierárquica, como seus recursos e limitações. Também é necessário definir equações para cada restrição. Perceba que esse método é um método formal.

Os passos tomados para determinar o modelo matemático não serão abordados aqui.

Por fim, o método sugerido obtém resultados satisfatórios ao ser aplicado numa instituição com 17 funcionários e 3 projetos simultâneos. Perceba que esta é uma instituição de pequeno porte. Infelizmente, o software final não foi executado para uma empresa de grande porte para podermos comparar os resultados.

 

No próximo post de nossa série, iremos abordar métodos baseados em SBSE(Search-based Software Engineering). Até lá.

Previamente, discutimos o problema de alocação de recursos humanos em projetos de engenharia de software e entramos em detalhes sobre as restrições mais comuns existentes em empresas de Tecnologia da Informação(TI).

 

Agora prosseguimos nossa série falando sobre métodos que utilizam Programação Linear(PL).

 

Programação Linear é utilizada para resolver problemas práticos de maximização ou minimização de uma função, sujeita a um conjunto de restrições que podem ser expressos sob a forma de equações ou inequações lineares.

 

Para uma solução em PL, é necessário definir as equações(ou inequações) que regem as restrições.

O uso de programação linear na abordagem do problema de alocação de recursos humanos é restrito, pois essa abordagem teria um tempo de computação alto, para casos mais complexos.

Um modelo muito interessante pode ser encontrado no artigo científico Otimização da Alocação de profissionais em Projetos de Tecnologia da Informação. Nele, os autores propõem um modelo de otimização utilizando programação linear. Observa-se como vantagem dessa escolha a simplicidade de implementação do método de apoio, só sendo necessário definir as restrições e suas respectivas variáveis.

Para isso, é necessária uma avaliação do perfil da empresa, investigando tanto sua estrutura hierárquica, como seus recursos e limitações. Também é necessário definir equações para cada restrição. Perceba que esse método é um método formal.[http://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A9todos_formais]

Os passos tomados para determinar o modelo matemático não serão abordados aqui.

Por fim, o método sugerido obtém resultados satisfatórios ao ser aplicado numa instituição com 17 funcionários e 3 projetos simultâneos. Perceba que esta é uma instituição de pequeno porte. Infelizmente, o software final não foi executado para uma empresa de grande porte para podermos comparar os resultados.

 

No próximo post de nossa série, iremos abordar métodos baseados em SBSE(Search-based Software Engineering). Até lá.





Hora do Podcast!

9 12 2010

Olá todo mundo, tudo bom?

Navegando pela rede encontrei este excelente podcast (curtinho, vale muitíssimo a pena conferir) que cita os 5 principais grande problema do gerenciamento de projetos atualmente. Devo dizer que fiquei surpreso por perceber que, na visão do gerente que deu o depoimento, fluidez dos requisitos não está nem citado na lista.

Segundo Ricardo Vagas,  todos os grandes problemas estão centrados nos recursos humanos, começando desde uma equipe bem entrosada com um gerente incentivador (e não cobrador), até o bom gerenciamento do poder para aqueles que controlam grandes projetos.

Para conferir clique aqui.





Alocação de Recursos Humanos – Parte 2

7 12 2010

Continuando nossa série sobre Alocação de recursos humanos, vamos falar um pouco mais sobre restrições.

Vamos recapitular um trecho sobre restrições, retirado do primeiro artigo dessa série:

“As restrições de alocação de recursos humanos em projetos de engenharia de software podem ter natureza impeditiva, ou seja, sua violação torna a solução inviável, ou não-impeditiva, ou seja, deve ser respeitada para obter-se a solução ideal ao problema proposto, porém, o não cumprimento da mesma ainda produz uma solução válida.”

A identificação e classificação de restrições consiste numa das mais complexas e importantes atividades da gerência de projetos, visto que uma identificação errônea dos problemas a serem enfrentados pela abordagem, metódica ou não, pode gerar problemas nas etapas finais, onde será constatado que a distribuição ideal obtida não está devidamente otimizada ou até mesmo que não pode ser aplicada na prática.

Identificamos as restrições mais comuns à instituições de TI:

Profissionais disponíveis:  Dentro de um projeto de engenharia de software, existe um número mínimo de funcionários necessários para atendé-lo. É uma restrição impeditiva, pois não é possível executar um projeto caso não haja disponibilidade de funcionários capacitados para exercer as funções necessárias.

Carga horária:  Indica a carga horária que determinado funcionário está à disposição da instituição. É impeditiva, pois após o cumprimento da carga, o funcionário não está disponível.

Alocação mínima:  Visto que um funcionário pode estar envolvido em mais de um projeto dentro de um mesmo período, se faz necessário determinar o envolvimento mínimo que será exigido dele no projeto, para determinar se ele está apto à participar do mesmo. É impeditiva, pois caso não seja respeitada, causará uma alocação do funcionário excedente à sua carga horária.

Políticas:  Cada funcionário possui um determinado grau de afinidade com cada um dos outros funcionários. Essa restrição também considera desempenhos prévios e quais agrupamentos são mais tradicionais. É uma restrição não-impeditiva, pois os funcionários são vistos como recursos humanos, e estão ali em prol da instituição. Por esse motivo, e dada a sua complexidade, tanto pela dificuldade de representação, quanto pelo número de variáveis que a compoem, essa restrição é comumente deixada de fora dos metódos de otimização, sendo aplicada, se possível,  pelo gerente de projetos após apresentadas as distribuições obtidas.

Agora que temos uma visão geral do problema, suas maiores impedâncias e as peculiaridades de suas variáveis(restrições), iremos começar à analisar alguns métodos propostos, a partir do próximo post, começando por Programação Linear.

Não perca!





Quanto fatura um Gerente de Projetos?

7 12 2010

Nesta altura do campeonato aqui pelo blog já possuímos uma boa noção de qual é o papel desenvolvido por um gerente de software assim como quais ferramentas podemos utilizar, porém não devemos esquecer de uma importante questão: qual o salário de um gerente de software?

Fui dar uma pesquisada pelo Santo Google e achei várias páginas que comentassem a condição salarial, porém 90% deles apenas lançavam dados sem maiores explicações de como os havia obtido. Além disso também estava procurando alguma pesquisa que fosse específica para Recife ( cidade em que nós, gerentes do blog, residimos), pois a maioria das páginas exibiam a média salarial de São Paulo( a cidade mais bem paga por apresentar alto custo de vida).

Após muita procura consegui estes dados abaixo de 2007 que dá a média por estado e nacional, para que possamos ter uma melhor noção, estes dados são fornecidos a usuários cadastrados pela Curriculum.com.br.

Os resultados fornecidos são gerados com base no título do cargo e nos dados desalários mensal (independente de férias, 13o, etc.) fornecidos pelos própriosprofissionais levando em consideração os seguintes critérios:

· São utilizados apenas salários com periodicidade mensal;

· São utilizados apenas salários fornecidos em moeda nacional;

· São utilizados apenas salários iguais ou superiores ao salário mínimobrasileiro;

· São utilizados apenas salários de profissionais atualmente empregados oude até 1 ano atrás;

· São utilizadas apenas experiências de profissionais que residem no Brasil;

E aí o que vocês acharam? É um salário justo? E a questão salarial para nosso estado de Pernambuco? Comentem!





Alocação de Recursos Humanos – Parte 1

7 12 2010

Recentemente, deparei me estudando sobre métodos de apoio à alocação de recursos humanos em projetos de engenharia de software. Realizei uma pesquisa na literatura da área, e agora trago a vocês, leitores do blog, uma curta série de posts sobre as peculiaridades dos métodos investigados.

Primeiramente, vamos falar um pouco de alocação de recursos humanos.

A alocação de pessoas a projetos de software é uma atividade relacionada ao gerenciamento de recursos humanos que trata da designação de pessoas às atividades do projeto. Essa é uma atividade de extrema importância no desenvolvimento de software, pois são as pessoas que determinam a qualidade e o sucesso de um projeto.

Diversos fatores influenciam na hora de alocar recursos humanos a um projeto. Esses fatores serão tratados como restrições, e influenciarão as decisões tomadas pelo gerente de projetos. As restrições podem ter natureza impeditiva, ou seja, sua violação torna a solução inviável, ou não-impeditiva, ou seja, deve ser respeitada para obter-se a solução ideal ao problema proposto, porém, o não cumprimento da mesma ainda produz uma solução válida.

E por que é tão importante um método de apoio à decisões? Porque a medida que o número de funcionários e projetos aumenta, mais difícil é de se encontrar uma solução ótima para o problema.

Basicamente, o problema de alocação de recursos humanos é uma conhecida variação do problema do escalonamento. Em essência, o problema do escalonamento é um problema de otimização – procura-se satisfazer os requisitos previstos, a um custo mínimo, respeitando as restrições impostas – com a característica de ser NP-Complexo em relação à suas restrições, visto que a adição de uma restrição faz com que todos os casos precisem ser reavaliados sobre aquela condição.

Dado a alta complexidade que o problema pode atingir, é de se esperar que o uso de ferramentas de otimização ou de apoio à tomada de decisões seja comum, porém a maioria dos gerentes normalmente baseiam a alocação de pessoas nas suas experiências,percepção subjetiva e instinto.

Com isso concluo essa breve introdução ao problema de Alocação de Recursos Humanos, também conhecido como Staff Scheduling. Essa série de posts continua com uma explicação sobre as restrições mais comuns para projetos de engenharia de software em empresas de TI.





OpenProj – Uma solução aberta para o gerenciamento de projetos

7 12 2010

O OpenProj é uma aplicação gratuita de gestão de projetos. Esta ferramenta substitui plenamente o Microsoft Project e outras aplicações similares. Mais de 1 milhão utilizadores certificam a qualidade deste gestor de projetos, assim, tornando-se um dos maiores e mais conhecidos softwares open source. O OpenProj é disponibilizado para Linux, Mac e Windows em vários idiomas, incluindo o português.

O OpenProj é composto pelas scheduling engines mais avançadas do mercado, permitindo o uso de gráficos Gantt, diagramas de rede PERT, gráficos WBS e RBS, gráficos de custos e de valor e várias outras funcionalidades.

 

O processo de instalação é extremamente simples, solicitando apenas a confirmação do caminho de instalação do software. Ao término da instalação você tem a opção de já executar o OpenProj. Iniciando o OpenProj pela primeira vez, você verá o termo de aceite da licença de uso do software ( Common Public Attribution License Version 1.0 (CPAL). Em seguida você pode registrar seu e-mail para receber novidades sobre o produto e então começar a utilizar o produto. O OpenProj apresenta uma interface de fácil utilização e na instalação reconhece automaticamente o idioma utilizado.

Interassado no OpenProj? Basta clicar aqui para fazer o download para seu desktop, ou acesse o site para maiores informações.





Tempestade de Idéias?

6 12 2010

Opa, aqui quem posta é o Daniel depois de um tempo sem passar por aqui, navegando pela rede encontrei um blog bastante interessante que tornou-se para mim de grande interesse: http://engenhariasoftware.wordpress.com/

Tomei a liberdade de trazer um de seus posts que comenta a vantagem, do até então desconhecido para mim,  “Brainstorm”. Ah, também estou linkando este blog em nossa aba lateral esquerda, vale a pena 🙂

Técnicas para desenvolver um Brainstorm

Brainstorm – “tempestade cerebral” (em inglês) ou tempestade de idéias, caracteriza-se como uma técnica de dinâmica de grupo desenvolvida para mapear a potencialidade criativa de uma determinada equipe.

A técnica é constantemente utilizada no levantamento de requisitos de um projeto de software. Já participei de vários projetos que aplicaram a técnica sem uma estruturação adequada, este texto vai de encontro a este problema.

1 – Materialize, textualmente, o problema que deve ser atacado.

2 – Procure praticar a tempestade de idéias em grupos de 6 a 12 pessoas.

3 – Prepare a audiência para a tempestade, envie o texto que materializa o problema alguns dias antes da reunião.

4 – Utilize um quadro para materializar as idéias durante a reunião.

5 – Críticas devem ser rejeitadas.

6 – A criatividade é sempre bem vinda.

7 – Quantidade é mais que necessária. Quanto maior o número idéias, maior será a hipótese de encontrar uma solução.

8 – Aglutine as idéias.

9 –  Utilize um gravador durante a tempestade.

10 – Ao final da reunião, gere um relatório da tempestade.

Evite sempre:

falta de organização: todos querem falar ao mesmo tempo.

ruídos durante o processo: brincadeiras que não agregam ao desenvolvimento das idéias não são bem vindas.

imposições de limites na discussão: frase do tipo – “isso não se constituirá em uma funcionalidade do sistema”. – “vamos para o próximo o item este já deu o que tinha que dar”.

ausência participativa: membros da equipe preferem ficar calados, parece que o projeto não irá afetá-los.





5 12 2010

Fazendo um adendo ao post anterior, sobre os 7 passos da gerência de projetos, temos um texto James M. Kerr sobre os 10 mandamentos da gerência de projetos, segue o texto:

Os 10 mandamentos do gerenciamento de projetos

I – Estreitarás teus escopos.

Nada é pior do que um projeto interminável. Ele pode sugar todos os recursos e esgotar até mesmo a equipe mais motivada. Para manter os projetos firmes e orientados, concentre seus maiores esforços em projetos menores, que tenham entregas (“deliverables“) alcançáveis e que possam cumprir seus prazos. A longo prazo, uma série de vitórias pequenas tem mais impacto sobre a organização do que uma gigantesca orquestra sinfônica que nunca chega a tocar.

II – Não tolerarás equipes inchadas.

Uma boa maneira de começar com o pé direito é garantir que a equipe do projeto terá o tamanho certo. Equipes maiores são mais difíceis de motivar e administrar, e as personalidades podem ficar no meio do caminho, atrapalhando o trabalho. Não existe um tamanho ideal para a equipe, mas uma boa regra empírica é ter uma pessoa para cada papel e um papel para cada pessoa. Se alguns integrantes tiverem que desempenhar mais de um papel, tudo bem – se você for errar o dimensionamento, erre a favor de uma equipe menor.

III – Exigirás dedicação de todas as áreas envolvidas.

Se a área de TI aceitar um prazo apertado, mas parte dos documentos de projeto precisar ser aprovado pelas demais áreas da organização, e elas não estiverem comprometidas da mesma forma, o projeto acaba virando uma gincana. Se as áreas de negócio aceitam um prazo apertado, mas dependem de um aplicativo a ser desenvolvido pela área de TI, que não está comprometida da mesma forma, o projeto também acaba virando uma gincana. O gerente de projeto deve se posicionar de forma a que todas as áreas diretamente envolvidas no sucesso do projeto estejam comprometidas, e disponíveis na medida da necessidade, desde o princípio.

IV – Estabelecerás um comitê para analisar o andamento.

O comitê de acompanhamento, qualquer que seja seu título oficial, é o corpo diretivo do projeto. Ao mesmo tempo em que lida com questões relacionadas às políticas e estratégias da empresa, ele pode e deve remover as lombadas e obstáculos do caminho do projeto. Um arranjo típico envolve reuniões quinzenais das áreas de gerência intermediária envolvidas no projeto, para analisar seu andamento e verificar como se envolver das formas descritas acima.

V – Não consumirás tua equipe.

O ‘burnout’, ou esgotamento físico e mental dos membros da equipe, causado pelo stress e esforço das atividades, não é incomum. Fique atento às necessidades das pessoas e evite este efeito que reduz a efetividade da equipe – não planeje de forma que o envolvimento das pessoas vá exigir sacrifícios incomuns e continuados. Em particular, evite o efeito do envolvimento serial: o popular efeito “sempre os mesmos” – pessoas que se destacam por resolver bem os problemas que recebem, e assim acabam sendo envolvidos em mais projetos do que seria racional, gerando stress para elas, e disputa de recursos para os projetos.

VI – Buscarás apoio externo quando necessário.

Adotar consultores em gerenciamento de projetos é uma forma de prevenir o esgotamento. Além de aumentar as equipes, os especialistas externos muitas vezes podem trazer valiosas novas idéias, perspectivas e energias. É essencial trazer o profissional certo no momento certo: especialistas nos aspectos técnicos e de mercado não são a mesma coisa que especialistas em gerenciamento de projetos. Considere as características do projeto e da equipe antes de definir o tipo de apoio externo necessário.

VII – Darás poder às tuas equipes.

Equipes de projeto que já estejam se esforçando para cumprir seus escopos e prazos não precisam ter preocupações adicionais com questões formais como o preenchimento de formulários de registro de atividades para seus departamentos, ou participação em reuniões periódicas de seu órgão de origem. Ao invés disso, eles devem ter o poder discricionário de dedicar-se às atividades essenciais e que agregam valor ao projeto, e a estrutura deve se esforçar para adaptar-se a estas condições. Mas é importante que os membros da equipe correspondam a esta confiança, saibam claramente o que se espera deles e de que forma devem usar sua iniciativa.

VIII – Usarás ferramentas de gerenciamento de projetos.

Tarefas mundanas de gerenciamento de projetos podem ser automatizadas. Procure ferramentas que ofereçam acompanhamento do andamento, gerenciamento de tarefas, gerenciamento do fluxo de trabalho e análise de recursos, e que funcionam em uma plataforma de Intranet que promova o compartilhamento e a comunicação. Mas lembre-se de que usar tecnologias que acrescentem uma camada extra de complexidade a um projeto já desafiador por si pode não ser uma boa idéia.

IX – Reconhecerás o sucesso.

Todos os participantes do projeto devem ser reconhecidos de forma positiva pelo esforço que praticaram. As recompensas não precisam ser extravagantes. É fundamental que a origem real do reconhecimento – seja a Presidência, a direção da filial regional, o principal patrocinador do projeto ou o seu gerente – fique clara para todos, e que se manifeste de forma tão individual e personalizada quanto possível.

X – Não tolerarás gambiarras.

Políticas sólidas de gerenciamento de projetos devem eliminar antecipadamente a tentação de recorrer a alternativas rápidas e rasteiras, que só levam a erros, desperdício, retrabalho e frustração.





Os 7 passos do gerenciamento de projetos

14 11 2010

Dando uma navegada pelo site da Microsoft, achei um texto bem bacana do Fernando C. Barbi que narra cada passo para se ter um bom gerenciamento de software. Tomei a liberdade e o adaptei para posta-lo aqui no blog.

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O enxugamento dos quadros de pessoal e o aumento da necessidade de especialização técnica têm levado muitas empresas a recrutar no mercado profissionais por período determinado apenas para a execução de projetos específicos. Neste contexto, entender o processo de gerenciamento de projeto tem se tornado vital para organizações a medida em que mais e mais novos negócios vão se revestindo da aura de projeto e passam a exigir um cabedal de técnicas gerenciais que nem sempre estão disponíveis nas empresas.

Um projeto é um empreendimento temporário, com data de início e fim, cujo objetivo é criar ou aperfeiçoar um produto ou serviço. Gerenciar um projeto é atuar de forma a atingir os objetivos propostos dentro de parâmetros de qualidade determinados, obedecendo a um planejamento prévio de prazos (cronograma) e custos (orçamento). Ou seja, dadas as metas e as restrições de recursos e tempo, cabe ao gerente de projetos garantir que ele atinja os objetivos propostos.

Muitas empresas estão adotando a estrutura de projetos no seu dia-a-dia. Desde a concepção de um novo software até a implantação dos procedimentos de atendimento a clientes, desde a construção de uma ponte até a revisão dos processos de venda com vistas a aumentar a taxa de fechamento de negócios, muitos empreendimentos no seio das organizações se enquadram na classe de projetos. Nos mais diversos setores, a abordagem de gerenciamento de projetos está ganhando terreno por permitir um melhor uso dos recursos para se atingir objetivos bem definidos pela organização. Sabendo da importância de se gerenciar bem um projeto, vamos ver os passos que nos levam a melhorar nossas habilidades de gerenciamento de projeto.

Tudo começa com a contratação de uma empresa para tocar o projeto ou a definição dos colaboradores internos que integrarão a equipe de projeto. Num dia determinado, inicia-se o projeto. Este momento deve ser formalizado com um documento que se chama de “termo de início do projeto”. Em projetos maiores, deve ser um documento assinado pelos patrocinadores e pelo gerente do projeto. Para projetos menores, pode ser um e-mail que o gerente envia aos patrocinadores, copiando os demais envolvidos, para notificar que naquele momento se inicia o projeto e todos estão envolvidos com a sua execução.

1. Escolha e adote uma metodologia

Uma metodologia é um processo a seguir que dá maior controle sobre os recursos que serão utilizados no projeto. Controlando melhor o processo a equipe será mais eficiente pois entregará o projeto com maior grau de acerto em termos de prazos e custos. O bom uso de uma metodologia é importante porque permite evitar práticas que levam ao insucesso e com isso reproduzir o sucesso.

A Microsoft usa o MSF (Microsoft Solutions Framework) no desenvolvimento de seus produtos. Muitas empresas na área de software optam pelo CMM (Capability Maturity Model). A opção pela metodologia deve ser tomada a partir de alguns fatores: as exigências de cada mercado em que a empresa atua, a disponibilidade de mão-de-obra e a cultura organizacional necessária para adotá-la. Para exportar software, muitas empresas nacionais têm se alinhado com o padrão CMM para dar credibilidade a sua iniciativa em mercados dominados por indianos e chineses, que já possuem capacitação neste padrão.

Em última instância, uma metodologia é um conjunto de regras de como conduzir um projeto com sucesso. Pode até não ter siglas bonitas, mas é importante que já tenha se mostrado eficiente dentro da sua empresa, de preferência em situação similar à que você está vivendo no seu projeto atual. Para quem gosta de siglas, há uma que está bem na moda: a UML (Unified Modeling Language) que, como já diz o nome, não é uma metodologia mas uma linguagem, uma forma de se documentar um projeto. Uma linguagem de modelagem é uma notação, em geral feita com símbolos gráficos, que se usa para traduzir processos abstratos. A empresa que criou a UML desenvolveu uma metodologia conhecida como RUP, “Rational Unified Process”.

2. Comunique-se: não é só o peixe que morre pela boca!

Quando falta comunicação, os boatos e outras formas de ruídos tomam seu lugar. Na falta de versão oficial, ficam circulando informações que podem minar a moral da equipe e levantar suspeitas sem fundamento. O gerente de projeto deve evitar esse tipo de prática, conhecida por “rádio-peão”, dando informações claras e confiáveis sobre o status do projeto. Certamente esta é uma área em que a diplomacia é essencial. Se há um problema, o gerente de projetos pode e deve não só falar sobre ele, mas também informar que está trabalhando na solução, e não apenas comunicar que o problema existe. Problemas sem uma perspectiva de solução são angustiantes e causam um desconforto na equipe que muitas vezes é desnecessário.

A criação de relatórios de progresso do projeto ajuda no processo de comunicação, sobretudo por que torna o processo impessoal e mais objetivo. Imagine o efeito de um email onde se critica um membro da equipe pelo atraso do projeto. Imagine a mesma informação vinda de um relatório em que a data de término real de uma tarefa está em branco: objetivamente a situação é a mesma, o indivíduo não fez a sua parte, mas no caso do email a pessoa envolvida pode se melindrar. No relatório, temos um dado objetivo, que salta aos olhos, mas que não gera ressentimentos.

3. Defina o escopo do projeto e detalhe as atividades

O “escopo do projeto” é o trabalho que deve ser realizado para se obter um produto ou serviço com determinadas características e recursos. Comece por definir o que deve ser feito e o que não deve. Esse processo nos permite entender os contornos do projeto e traçar uma linha divisória entre o que deve ser feito e o que não deve ser, pelo menos neste momento. Muitos novatos se perdem em discussões intermináveis sobre recursos do produto final que o tornariam “perfeito”. Sempre me lembro de um amigo muito experiente que, ante a minha ânsia em acertar todos os detalhes logo de cara, me dizia que “o ótimo é inimigo do bom”, ou seja: enquanto perseguimos o “ótimo” nos distanciamos de algo que está bem mais próximo, o “bom”, é que temos mais chance de conseguir atingir. Com o tempo achei uma forma elegante de contornar as exigências de projeto sem decepcionar os clientes: não é que não faremos o que está sendo pedido, mas devemos ver que este recurso cabe na versão 2, 3, etc… mas não cabe na versão 1, que é o que estamos tentando desenvolver neste momento ! Afaste o fantasma da perfeição.

Para você não se perder numa lista interminável de características da versão 1, uma boa idéia é pedir ao cliente que liste só que o que é “absolutamente essencial”. Claro que se você der a ele 30 minutos para responder, tudo será “absolutamente essencial”. Não adianta, temos de ser realistas, o tempo é curto é temos de escolher só o que realmente é importante. Se “escrever é cortar” como dizem os grandes escritores, a arte de se definir o escopo do projeto passa por saber o que abandonar e o que reter do universo de necessidades do cliente.

Bom, definido o escopo do projeto, podemos passar para a fase de detalhamento das tarefas. O objetivo é chegar ao WBS (Work Breakdown Structure), onde temos as “unidades de trabalho” com tempo medido em dias ou horas de trabalho. Como regra, uma atividade deve ocupar entre 4 e 80 horas, nem mais, nem menos.

Em paralelo, deve ser elaborado um orçamento levando em conta quantas horas de cada profissional serão necessárias. Veja um modelo simples:

Profissional Tarefa 1 Tarefa 2 Tarefa 3 T.Total (h) Custo/h Custo
Gerente de projeto 20 0 3 23 150,00 3.450,00
Líder de projeto 10 3 2 15 80,00 1.200,00
Analista Sênior 20 0 0 20 50,00 1.000,00
Programador 0 40 20 60 30,00 1.800,00
Testador/Documentador 0 20 30 50 15,00 750,00
Total 168 8.200,00

Para montar este modelo, você precisa saber o custo-hora de cada profissional e estimar o tempo que cada um gastará no projeto. Os profissionais podem estar envolvidos em outros projetos e quando o programador está cuidando de uma fase do projeto A, o gerente de projeto já pode estar planejando o projeto B, só voltando ao projeto A quando for para entregar ao cliente e obter a sua aprovação, sobre o que falaremos mais adiante.

Estas estimativas são mais precisas à medida em que se avança no detalhamento do projeto. Para estimativas iniciais, admite-se uma variação de -25% a +75%. Na fase de planejamento, o orçamento deve ter uma variação de -10% a +25%. Lembre-se que nesta fase, o gerente de projeto já envolveu quem realizará a tarefa. Na estimativa final, a margem de erro é menor: de -5% a +10%. Aqui, o conhecimento do gerente de projeto de situações anteriores fará diferença. Eu, por exemplo, sei que quando lido com determinados clientes, haverá tanto “overhead” administrativo, como dezenas de reports para cima e para baixo antes que cada passo importante seja dado, que eu já estimo 50% a mais do tempo nas tarefas em que o cliente está diretamente envolvido. Vai da experiência do gerente, mas nessa hora, se a empresa têm um histórico de projetos semelhantes, vale a pena se basear neste background, mesmo que tenha sido com outras equipes e outros gerentes de projeto.

Um dos grandes segredos do gerenciamento de projetos é proteger o seu escopo. Projetos que ficam mudando o escopo durante sua execução têm sérias dificuldades em cumprir o cronograma e estouram o orçamento. O risco mais comum é o que se chama de “scope creep”, quando o escopo vai crescendo a medida que o cliente vai entendendo suas necessidades e reformulando seus objetivos. Há quem chame este problema de “Jacques”. Seria uma homenagem a um francês ilustre ? Não, trata-se apenas da forma como o cliente costuma abordar o assunto: “já que o sistema faz isso, ele pode então fazer aquilo. Agora eu quero aquilo também incorporado ao projeto.” O gerente do projeto deve ter calma e analisar com cuidado cada demanda: ao rejeitar um pedido, ele pode se indispor com o cliente, mas se aceitar ele pode estar dando um tiro no próprio pé, já que o prazo e orçamento não serão tão “elásticos” quanto as exigências. Devemos sempre contar com uma certa “margem de manobra”, mas nos tempos atuais, em que eficiência é a palavra que está na ordem do dia, não há muita “gordura para queimar” e os compromissos assumidos pelo gerente podem se transformar num sacrifício, muitas vezes desnecessário, para toda a equipe.

Em projetos de software, o “scope creep” é uma situação tão comum que não dá para começá-los sem tomar algumas precauções. O primeiro cuidado é negociar a forma de remuneração: fixa ou variável. Se for fixa, o risco das mudanças está toda com o gerente do projeto, se for variável, o cliente assume os custos extras. Mesmo neste caso, o gerente do projeto deve cuidar para que o cliente seja informado a priori dos novos custos. Por precaução, eu sempre redijo um adendo ao escopo colocando o que será feito, em quanto tempo e a que custo. Colho a assinatura do cliente e só depois autorizo a execução da tarefa. Gerentes financeiros não participam destas reuniões e podem alegar que não há previsão de recursos para os extras, então mantenha-os informados das novas condições para evitar dissabores na hora do recebimento.

O segundo cuidado é documentar meticulosamente o escopo do projeto. Este documento resume o que será feito, com que características e com que recursos. Ele é um “quase-contrato” mas não traz as cláusulas de rescisão e as penalidades. Neste momento, tudo está bem e todos concordam. Só que, na cabeça de cada um, há uma imagem diferente do que será o produto final. Á medida que este produto vai tomando forma e sendo entregue, o cliente vai vendo que o que ele imaginou “não é bem aquilo” e podem começar as decepções.

A satisfação do cliente depende em muito do que será dito e prometido no que se chama de “pré-venda”. É neste momento que o gerente de projetos deve entrar em cena para meticulosa, cuidadosa e disciplinadamente escrever tudo o que o sistema deve ter e fazer. Este processo é o “planejamento de escopo” e num software dele abrange das telas até os relatórios. Esta tarefa pode ser delegada para um analista, mas a responsabilidade não sai nunca das mãos do gerente. Eu costumo especificar toda a interface dos usuários com o sistema: telas e relatórios. Depois de “colocar tudo no papel”, o gerente deve obter do cliente um “de acordo”, de preferência assinado no final do documento em que todas as páginas serão rubricadas com um “visto” para que ele tome ciência do que será feito. Não há palavras para expressar a importância deste planejamento em que as expectativas serão levantadas e moldadas, de forma que, diante do produto final, o cliente não possa se dizer decepcionado.

O terceiro cuidado é definir prioridades. O gerente deve ter a sensibilidade para identificar quais são os requisitos obrigatórios e quais os desejáveis, marcando cada um segundo com a sua prioridade. Isso evita que alguém arbitre o que é importante no lugar do cliente. Há gerentes de projeto que vão mais longe e pedem ao cliente para definir o que ele considera “sucesso” do projeto. Por exemplo, num sistema em que havia desperdício de 30% da matéria-prima, foi considerado sucesso reduzir esta taxa para 15%. Mas este número ainda é alto, diria você. Sim, mas o cliente considerou que uma redução de 50% dos desperdícios já representaria benefícios suficientes que compensariam os investimentos no projeto. Além do mais, lembre-se de que: “o ótimo é inimigo do bom”.

Em suma: definir o escopo, no fundo, é saber o que deve ser feito para atender a necessidade do cliente.

4. Conheça os envolvidos e monte seu time

Todos os envolvidos no projeto são os “stakeholders”. Nesse grupo estão não apenas os membros da equipe, mas também os clientes e fornecedores envolvidos. Dentro da empresa do cliente, há uma pessoa que se destaca por ser a patrocinadora (“sponsor”) do projeto. Ela é que cria as condições para a contratação do projeto, mesmo que não seja ela que vá usar o produto final.

É importante que o gerente do projeto conheça os interesses de todos os envolvidos. Imagine como é arriscado contar com um membro da equipe que não está disposto a colaborar. Ele pode ser um problema mais do que uma solução dentro do grupo: sabendo disso, melhor pensar em chamar outra pessoa. Eu passei por uma situação destas quando fui destacado para gerenciar um projeto onde havia um colaborador mais antigo e que entendia que ele é quem deveria estar gerenciando. Eu não percebi seu ressentimento a princípio e à medida que o projeto avançava esta pessoa se tornava um problema cada vez maior, na medida em que, não só ele não fazia a sua parte, como minava os demais membros da equipe contra minhas decisões. Um dia, eu o chamei e abri o jogo. Ele então me explicou o que estava sentindo e fizemos um acordo: ele se enquadraria para completar o projeto, que graças a ele já estava atrasado, e eu o apoiaria junto à direção para que recebesse seu próprio projeto para gerenciar. É claro que manter um “profissional” com este tipo de atitude não é bom negócio para a empresa no longo prazo, porque cedo ou tarde ele vai acabar atirando contra a própria equipe novamente, só para mostrar que as “coisas têm de ser feitas do jeito dele”.

No processo de definição do escopo, as habilidades necessárias vão ficando mais claras. Nesse momento, é importante formar uma equipe com competência diversificada e com experiência nas áreas de atuação do projeto. Em projetos em que há muito conhecimento técnico envolvido, surge a figura do “líder de projeto”, um profissional com grande conhecimento técnico e com capacidade de liderança entre os técnicos. Em geral é um profissional sênior, com credibilidade junto aos demais técnicos e com muita bagagem. A experiência desse especialista pode economizar muito tempo e dinheiro no projeto. Dê-lhe voz ativa, cobre dele insights que você não tem e respeite a sua opinião. Só assim ele estará sempre do seu lado, mesmo quando você errar.

5. Desenvolva o cronograma junto com quem põe a mão na massa

Uma vez que temos as tarefas definidas a partir do escopo, temos de estimar a duração de cada uma. Procure fazer esta estimativa de tempo de execução com a ajuda de quem está escalado para executar o trabalho. Ao mesmo tempo em que essa pessoa é quem melhor sabe quanto tempo precisará, ela estará se comprometendo com um prazo para a sua execução. Por outro lado, quando se trabalha com consultores externos, o custo será função direta do tempo estimado para a execução do projeto. Ao fixar o cronograma, o profissional está dando por tabela um orçamento da sua parte.

Veja estas atividades que representam as linhas gerais de um projeto de sistema:

Note que além de saber o que deve ser feito, as tarefas têm três propriedades importantes: duração, inter-dependência e responsável. A duração é importante mas se as tarefas podem ser realizadas em paralelo, como é ilustrado neste caso onde há duas figuras: o analista e o programador, a duração total do projeto encurta. Dessa possibilidade de trade-off entre tempo e recursos alocados, alguns gerentes acreditam que se o projeto está atrasado, então “basta colocar mais gente” que o problema se resolve. Isso raramente ajuda uma vez que com mais gente, os problemas de comunicação aumentam e o projeto que já está atrasado atrasa mais ainda. Trazer mais gente pode ser útil quando se precisa de especialistas em temas que os membros não dominem. A rigor, se o planejamento foi bem-feito, já se sabe que esta mão-de-obra será recrutada em algum momento do projeto. A atitude de simplesmente aumentar a equipe para acelerar a produção é que está errada e deve ser combatida. Só que alguns gerentes de projeto medem seu poder pelo tamanho da equipe que gerenciam. Você pode imaginar como isso acaba: contratamos mais pessoas, eu fico mais “poderoso” e temos todas as explicações para os atrasos, afinal o projeto era mesmo “muito grande”.

O gerente de projetos deve trazer sua experiência para corrigir as expectativas muito otimistas de algum colaborador mais afoito. Sim, há quem estime 50 horas e depois, com a maior tranqüilidade, cobre pelas 120 horas que foram necessárias para realizar a tarefa. Ele só errou em 140% ! Se o preço é fechado, o risco fica todo com o consultor, mas a sua boa-vontade e a qualidade do produto final podem sofrer em decorrência da pressa. Se a remuneração ficar vinculada ao tempo de prestação de serviço, o contratante precisa de um mecanismo de controle minimamente confiável. Eu não uso uma fórmula geral, prefiro trabalhar segundo as características do profissional mas de todos exijo um relatório de horas que contém o dia, data de hora e início, tempo de trabalho e a(s) tarefa(s) realizadas no dia.

Se no planejamento da semana há tarefas que não foram realizadas, na reunião de avaliação, eu pergunto porque a coisa não seguiu o ritmo programado e quanto isso impacta na data final de entrega. Procure estabelecer pontos de controle, “check-points”, que são datas onde se medirá o andamento do projeto em face do cronograma que havia sido programado. Nestas datas, pode-se estar apenas executando-se uma verificação do progresso das atividades (“milestones”) ou pode haver entrega de produtos ou sub-produtos (“deliverables”) tais como desenhos, especificações, protótipos, modelos, etc…

Quem já reformou ou construiu uma casa sabe que esta tão trivial experiência de gerenciamento de projeto pode acabar mal. Quantas histórias existem de gente que foi pagando o pedreiro sem atrelar os pagamentos a entregas de tarefas determinadas. Nestas histórias tristes, o dinheiro acaba antes da obra, e o pedreiro some, deixando o cliente sem dinheiro e sem a sua casa. Tudo porque ele não cuidou de atrelar entregas de tarefas a pagamentos, não criou pontos de controle que lhe dariam visibilidade do atraso. Sabendo antes que a “vaca está indo para o brejo” o cliente pode optar por “apertar” o pedreiro ou suspender os trabalhos enquanto ainda tem dinheiro, que poderá ser usado para pagar uma equipe mais eficiente.

É verdade que em projetos de TI nem sempre dá para “trocar o pedreiro” porque há muito conhecimento e estudo envolvidos. Mas por isso mesmo, temos de ser muito mais cuidadosos na monitoração para saber em que momento o projeto começa a atrasar e como fazer para recuperar o ritmo no futuro próximo.

6. Monitore os riscos e seja pró-ativo

Agora que todos sabem o que devem fazer, é importante mitigar os riscos que podem impedir o bom desenvolvimento do projeto. Desenvolva uma lista de fatores de risco e um plano para lidar com eles. Mas lembre-se de que são duas coisas diferentes: a monitoração do risco e controle do risco.

A monitoração dos riscos envolve acompanhar o status de cada risco e as opções de ações definidas para enfrentá-los, caso eles venham a se tornar problemas reais. A monitoração também se preocupa em avaliar a probabilidade de ocorrência de um risco, qual o seu impacto no andamento do projeto e como contorná-lo. Por exemplo, numa determinada tarefa crítica a contratação de dois profissionais pode parecer um exagero mas o gerente do projeto sabe que se algo acontecer nesta área do projeto o impacto será grande no restante. Os profissionais passam a ser um backup do outro dentro da linha de que “quem tem um, não tem nenhum”.

Voltando ao nosso projeto de exemplo, chamo a atenção para um recurso que o MS Project tem e que deve ser usado para se identificar riscos. Veja a tela do diagrama de Gantt que obtivemos a partir da lista de tarefas que elaboramos acima:

Note que há uma seqüência de tarefas que quando alinhadas compõem o prazo de duração do projeto todo. Destaquei o início e o final só para que você perceba que se trata de uma série de processos que devem ser gerenciados mais de perto uma vez que o atraso em algum deles acarretará o atraso do projeto todo. Por isso é que se chama este de “caminho crítico”. Os riscos que estão embutidos nestas tarefas são os que se deve gerenciar mais de perto, de forma mais pró-ativa.

O controle dos riscos é o processo de executar o plano de ações e divulgar seus relatórios de status. Inclui também possíveis mudanças no plano de riscos, e eventualmente até nos planos do projeto. Essas mudanças são referentes a recursos, funcionalidades ou cronograma.

7. Formalize o início e o encerramento do projeto

O início do projeto é um momento solene. O patrocinador deve formalizar a todos os envolvidos que o projeto está iniciado e o cronômetro está correndo. Muita gente não gosta de se preocupar com isso, mas imagine que haja resistência de setores da empresa que se opõem ao projeto. Sem um documento que atesta que o projeto começou, o gerente pode não conseguir apoio algum. Além disso, este documento funciona como um “cumpra-se” de uma autoridade da empresa: não cabe discutir a ordem, o projeto começou e todos os “arrolados” devem participar.

Outro momento importante é o do encerramento do projeto. É preciso formalizar o final para que fique claro para todos os envolvidos, especialmente para o cliente, que o projeto está concluído e que novas necessidades serão atendidas em um novo projeto. Qualquer extensão ou alteração deverá ser orçada e todo o ciclo se inicia novamente. Com relação à manutenção do sistema entregue, não se pode considerá-lo um projeto na medida em que, a princípio, trata-se de um processo contínuo. O que pode ocorrer é definir-se projetos ao longo da vida útil do sistema com o objetivo de melhorá-lo. Por exemplo, a atualização dos equipamentos eletrônicos (“aviônicos”) de um avião para auxílio ao vôo é um projeto que se distingue da sua manutenção rotineira.

Ao final faz-se também uma reunião de avaliação dos erros e acertos da equipe. Chamadas de reuniões “post-mortem”, elas servem para se gerar uma lista de “melhores práticas” contribuindo para a formação de uma base de conhecimento que poderá ser muito útil em projetos futuros. Da minha experiência pessoal, posso dizer que tirei grandes lições quanto às “piores práticas”, atitudes e decisões que se mostraram ruins e que devem ser evitadas em projetos futuros.

Conclusão

Acima de tudo, gerenciar projetos é planejar e acompanhar a execução com “um olho no peixe e outro gato”. O gerente do projeto deve se manter alerta e flexível com os acontecimentos do dia-a-dia mas deve estar sempre se reportando ao plano inicial para não perder o controle. A principal qualidade do gerente de projeto é saber se comunicar bem com todos. Ele é o ponto focal das informações, nele convergem as informações que ele depois deverá processar e divulgar para todo o restante da equipe.

O segredo é envolver a equipe, cliente e fornecedores de tal forma que todos se sintam diretamente responsáveis pelo sucesso do projeto. Como diz aquele velho ditado caipira, “quando todos empurram na mesma direção, ná há carroça que não saia do atoleiro”.

(*) Fernando C. Barbi (fernando@hexxa.com.br)

Fernando é Gerente de Projetos especializado em TI com 18 anos de experiência na área e colaborador da ADVANCE Marketing – empresa de treinamento consultoria em gestão, marketing e vendas (www.advancemarketing.com.br





Inaugurando a Gerência

13 11 2010

Como post inaugural deste blog, tentaremos obter uma noção básica sobre as funções pertinentes a um gerente de Software assim como uma explicação de modelos de processos que podem ser utilizados pelo mesmo em seu ambiente de trabalho. Porém, antes de tudo, vamos analisar a definição de forma mais ampla do que apenas no âmbito computacional.

Qual é a função de um Gerente de Projetos?

“O Gerente de Projeto é um profissional que raramente participa das atividades diretas do projeto que produzem os resultados. Sua função é gerenciar o progresso do empreendimento e através das variáveis (qualidade, custo, prazo e âmbito) verificar seus desvios. Desta forma, seu objetivo geral é proporcionar que as falhas inerentes aos processos sejam minimizadas.

Um gerente de projeto tem que determinar e executar as necessidades do cliente, baseado nos seus próprios conhecimentos. A habilidade de adaptar-se aos diversos procedimentos pode lhe proporcionar um melhor gerenciamento das variáveis e desta forma uma maior satisfação do cliente.

Em campo, um gerente de projeto bem sucedido deve poder imaginar o projeto inteiro do seu começo ao seu término e desta forma assegurar que esta visão seja realizada.

Tirinha indicando algumas das atividades comuns de um gerente de software

Sabemos agora então que a gerencia de projetos não é algo exclusivo da computação, e sim uma melhoria que pode ser aplicada em diversas áreas atuantes. Qualquer tipo de produto ou serviço — edifícios, veículos, eletrônicos, software de computador, serviços financeiros, etc — pode ter sua execução supervisionada por um gerente de projeto e suas operações por um gerente de operações.Os projetos de desenvolvimento de software apresentam um desafio ainda mais complicado quando comparado à maioria dos outros tipos de projetos já citados. Além disso, estes projetos possuem as seguintes características:

  • Não são sujeitos a freqüentes mudanças;
  • É bastante raro que, quando uma parte do produto apresente algum tipo de mal-funcionamento, ocorram efeitos colaterais em outros pontos do produto que sejam de difícil diagnóstico.

Esse não é o caso na grande maioria dos projetos de software embora muitos tentem aproximar a indústria de software à da construção civil ou às indústrias de manufatura. Hoje existem até mesmo as famosas “fábricas de software”! A crença tem sido de que a construção de software é similar à construção de prédios ou de bons produtos manufaturados. Infelizmente, nada poderia ser tão distante da realidade. Não é normal na construção civil ou nas indústrias tradicionais as especificações e design serem alteradas nas fases de construção ou produção. Quando isso ocorre os estouros de orçamento são, em geral, monstruosos.

Essa “fluidez” nos requisitos é o maior desafio para o sucesso no gerenciamento de projetos de software. Gerentes que usam a construção ou a produção industrial como referência, freqüentemente subestimam os problemas que são causados para a equipe e também para os custos do projeto o congelamento prematuro dos requisitos.

Recentemente uma pesquisa com diversos gerentes seniores revelou que as questões que lhes causavam maiores preocupações eram as incertezas associadas aos requisitos dos projetos. Em defesa do bom gerenciamento, é necessário ser dito que um dos trabalhos primários de um gerente é assegurar a possibilidade de alterações controladas em um projeto, reduzindo surpresas desagradáveis. Gerentes que têm dificuldade de assegurá-las em breve estarão procurando por um novo trabalho.

Entretanto, as ferramentas e as técnicas que funcionam bem na indústria tradicional são freqüentemente inadequadas e impõem altos custos quando as coisas não vão de acordo com o previsto. No negócio de software, provavelmente as únicas coisas previsíveis são as freqüentes mudanças de requisitos e a incerteza provocada pela imaturidade de novas tecnologias. Em muitos casos, os gerentes tentam impor o “previsto” através das rigorosas metodologias que são um conjunto de processos lineares que necessitam ser feitos para honrar os cronogramas e datas. Para lidar com novas tecnologias os gerentes contratam, a peso de ouro, equipes com um perfil técnico que em pouco tempo se desatualiza. Menor atenção é dada ao treinamento e à melhoria das habilidades da equipe, tal como o planejamento do projeto, a estimativa, programação, a identificação e gerenciamento de risco, e assim por diante.

Gerência de Softwares não podem ser gerenciadas como projetos de manufatura, mudanças devem ser controladas e estudadas.

Uma outra deficiência comum nas empresas são os sistemas de gerenciamento. Embora muitas metodologias imponham rigorosos processos de gerência, isso não significa que eles sejam necessariamente bons. Em muitos casos, são muito fracos na identificação de riscos de mudança. As mudanças nos requisitos ou no design de um sistema não são bem tratadas por essas metodologias porque exigem grandes mudanças nos planejamentos originais. Esses planejamentos são freqüentemente baseados em tarefas que foram definidas e estimadas quando nem todos os pontos ainda estavam claramente compreendidos. Isso faz com que sejam introduzidas novas atividades, enquanto outras são removidas do plano original, fazendo com que o projeto real perca totalmente a similaridade do projeto original, sobre o qual foram definidos custos e prazos.

É nesse contexto que as chamadas “metodologias ágeis” se inserem. Muito se tem ouvido falar de métodos como “eXtreme Programming”, Scrum, “Feature Driven Development”, etc. Essas “metodologias ágeis” se propõem a tratar os requerimento “fluidos” e incertos de uma maneira mais adequada que as metodologias tradicionais. As rápidas e freqüentes releases de porções do software final ajudam a descobrir problemas decorrentes de novas tecnologias antes que um grande investimento tenha sido feito. Também permitem que contornos aos problemas das novas tecnologias sejam desenvolvidos mais precocemente no ciclo de desenvolvimento de um produto de software.

Embora muitos gerentes sejam mais céticos com relação a essas novas metodologias, elas funcionam em muitos casos, mas requerem atenção especial a algumas questões tais como perfil da equipe, adaptação de processos, e sistemas de controle e gestão. O perfil da equipe precisa também ser aperfeiçoado em termos do uso de métodos ágeis, bem como nas questões de estimativas, planejamento e gerenciamento de risco.

A definição de um software, o desenvolvimento, e os processos de implantação necessitam ser revistos e customizados de modo que os métodos ágeis possam ser usados com sucesso. Cada organização é diferente e tem necessidades diferentes e os processos e os métodos escolhidos devem se ajustar a essas necessidades sob o risco de comprometer o sucesso do projeto.Ainda, os relatórios gerenciais e os sistemas de controle necessitam ser aperfeiçoados e melhorados para funcionar bem com estes novos métodos. Os sistemas de controles gerenciais tradicionais não podem monitorar eficientemente e verificar o progresso dos projetos feitos usando métodos ágeis.

Vimos em nossa primeira postagem em nosso blog que a gerência de projeto do software não é sempre tão fácil como parece. As técnicas de gerência tradicionais de projeto são incapazes de adaptar-se muito bem às mudanças e aos novos riscos. Isto faz com as equipes tenham cada vez mais dificuldades para reagirem rapidamente às mudanças intrínsecas ao processo de desenvolvimento de software. Entretanto, as novas técnicas com métodos ágeis podem tornar mais fácil a vida de gerentes de projeto e equipes desde que executadas corretamente. Uma equipe qualificada e comprometida conseguirá entregar softwares melhores e mais baratos mais rapidamente.

Não percam nosso próximo post onde iremos tratar alguns modelos de processos e como estes se relacionam com a gerência dos projetos abordados!